Em época de alto consumo eletrônico, o consumidor deve tomar certos cuidados para não cair em golpes ao tentar efetuar uma compra online
Está chegando a época de maior consumo no mundo: o Natal. E antes tem uma data muito aguardada nos Estados Unidos e que se popularizou pelo Brasil nos últimos anos: o Black Friday. Nesse período o consumo cresce com a promessa de descontos expressivos, mas junto cm ela cresce também o número de fraudes.
De acordo com uma pesquisa do Serasa, metade dos consumidores já tiveram problemas no comércio digital em períodos de Black Friday, sendo 29% reclamando de falsos descontos e 22% perceberam que na hora da compra os valores estavam maiores do que o anunciado. Outro dado revela o risco no comércio digital: o número de estelionatos entre janeiro e setembro de 2022 chegou a 95.194 somente no Rio de Janeiro, o dobro do mesmo período do ano passado: 47.362.
A advogada especialista em proteção de dados e segurança digital do escritório Di Blasi, Parente & Associados Danielle Campello dá dicas de como o consumidor pode se proteger. A recomendação é que o consumidor busque informação, pesquise na página oficial da empresa e nos comentários nas redes sociais sobre aquela empresa, sobre a veracidade daquelas ofertas, daqueles produtos antes de realizar a compra. Cheque a reputação do e-commerce em sites como o “Reclame aqui”, por exemplo, para verificar se o serviço é confiável ou fraudulento.
Muito cuidado para não clicar em links que receber ou em sites suspeitos, os chamados phishing, uma técnica de engenharia social usada para enganar usuários de internet usando fraude eletrônica para obter informações confidenciais, como nome de usuário, senha e detalhes do cartão de crédito.
Na chamada engenharia social os fraudadores buscam meios para cometer os golpes digitais através de falhas humanas, ou seja, eles dependem do comportamento e de ações do próprio consumidor para conseguir o sucesso na atividade criminosa. Além do perigo do phishing, é importante se atentar para o pagamento por pix. Os fraudadores podem enganar as vítimas e manipular as informações direcionando o pagamento via pix para outro destinatário que não o desejado pelo consumidor. Assim, antes de concluir qualquer pagamento, é importante que se verifique o destinatário correto antes de finalizar o pagamento.
Ao perceber que foi vítima de uma fraude, a primeira coisa a fazer é tentar entrar em contato com a loja virtual oficial. Muitas vezes, a própria empresa não está ciente do ocorrido e pode já tomar uma providência ao ser informada. Se isso não resolver, o consumidor pode recorrer ao Procon, ao IDEC (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) ou às delegacias especializadas em crimes virtuais e faça um boletim de ocorrência na delegacia de crimes cibernéticos com prints e documentos que registrem o ocorrido. Avise imediatamente à operadora do cartão de crédito, se for o caso.
As empresas que possuem uma plataforma digital de e-commerce devem se preocupar com a segurança dos dados dos consumidores que compartilham seus dados pessoais para realizar compras ou utilizar os seus serviços. Além de altas multas e indenizações em razão de eventuais incidentes de dados pessoais, as empresas devem também se preocupar com a quebra da confiança dos seus clientes e abalos na sua reputação e imagem.
É por isso que é tão importante que as empresas sigam as instruções da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), pois há importantes princípios e diretrizes que visam justamente diminuir riscos em qualquer atividade que envolva dados de pessoa física, os seja titulares de dados pessoais. Uma dessas regras por exemplo é a coleta do mínimo de dados pessoais possíveis para a realização do serviço ou venda do produto, bem como um sistema de segurança digital cada vez mais robusto que de fato preserve os dados pessoais dos usuários.
Para o e-commerce que teve um site clonado, é importante manter a comunicação com sua base de consumidores, enviar e-mails e comunicados de alertas, informar em redes sociais sobre as práticas ocorridas para que outros clientes também não caiam no mesmo golpe.
Um gerenciamento de riscos adequado exige que as empresas procurem um profissional especializado capaz de antecipar e mitigar riscos, além de trazer maior credibilidade para as suas atividades e relacionamentos.
A advogada Danielle Campello foi convidada para dar entrevista em uma reportagem no jornal de maior prestígio da TV Bandeirantes. Você pode assistir ao material clicando no botão abaixo:
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